Chegar a Rennes: duas cidades, muitas opções

Por Simone Fernandes

Quando você diz às pessoas que está se mudando para a Bretanha, a primeira coisa que ouve é: “Ah, mas o tempo é horrível, por que está a fazer isso?”. No meu caso, eu tinha uma razão pragmática para oferecer: estudos numa área específica. Mas havia também um desejo que nasceu durante uma viagem turística alguns anos antes. Agora, depois de um ano a viver aqui, posso dizer algo sobre esta mistura: o turista, um papel que ainda desempenho de vez em quando, e o residente.

Para quem chega pela primeira vez, a identidade da Bretanha aparece na bandeira, nos nomes das ruas e em algumas palavras em bretão no metro, no caramelo com manteiga salgada, na galette de trigo sarraceno… E, acima de tudo, no seu povo acolhedor, disposto a sorrir e a ajudar, por vezes para além do que se lhes pede.

Rennes é suficientemente grande para ser muito atrativa para os estudantes, para oferecer oportunidades de emprego, para ter um ótimo ambiente cultural, com música, museus, bibliotecas, mas não tão grande a ponto de provocar todo o stress que geralmente acompanha isso. Além disso, está próxima do campo, isto é, de pequenas aldeias, florestas, parques, abrindo a possibilidade para caminhadas, passeios de bicicleta por zonas incríveis.

Falemos então de duas cidades. Uma que se descobre no inverno e durante a época das chuvas e outra que se vê no verão. Posso falar muito sobre as atividades em espaços interiores em Rennes. Começando pela minha preferida: Les Champs Libres. Uma super biblioteca, um museu, um café. Uma biblioteca que tem um andar inteiro dedicado apenas à história da Bretanha, com uma vista incrível do 6.º andar. Muitos recursos para quem aprende línguas, ateliers… muito para descobrir. Se for ao museu, pode aprender bastante sobre a Bretanha. Vai ficar com vontade de visitar outras cidades. Se tiver sorte ou for organizado, pode apanhar uma visita guiada, como eu tive, com um coro a cantar belas canções em bretão. No café acessível, encontram-se pessoas de todas as idades e estilos a partilhar um espaço agradável, onde se pode tomar um café, uma cerveja ou um copo de vinho. Às vezes, pode ser surpreendido por incríveis soirées de tango, flamenco, música brasileira.

Também se deve falar muito do Théâtre National de Bretagne. Tive a sorte de assistir a peças clássicas, de Brecht e Shakespeare, uma apresentação incrível de Nosferatu acompanhada pela Orquestra Nacional da Bretanha. Também pode encontrar peças mais conceptuais e modernas, assim como um festival internacional em novembro. Se for entusiasta, pode fazer uma visita guiada aos bastidores, que lhe mostrará o que está por trás das cenas. Ah, e o nosso querido TnB tem também um café e cinema. Falando em cinema, não terá problemas. O Ciné Arvor tem uma excelente programação e o Pathé está lá para opções mais comerciais.

Para mais cultura, pode comprar livros usados na Place St Anne, ou novos na Livraria Failleur. Grande, bonita e bem organizada, esta livraria oferece também encontros com autores. Para uma grande variedade de temas, da literatura à atualidade, pode desfrutar das discussões organizadas pelo Espace Ouest-France.

Tantos centros culturais, como o de Bréquigny, oferecem atividades durante todo o ano, assim como bares associativos com concertos gratuitos. Muitos cafés e casas de chá encantadores estão à sua espera.

Como alguém que vem de uma grande cidade, uma das primeiras perguntas que fiz, ao decidir vir para Rennes, foi sobre a sua vida cultural. Digamos que não fiquei desiludida.

Sair para encontrar os novos amigos na Place St Anne é sempre agradável. Ainda mais quando começa a aquecer. Na verdade, no verão, Rennes tem outra atmosfera. Pode passar muito tempo em parques como o Thabor e o Gayeulles, entre outros. Piqueniques são indispensáveis nesta estação. A cidade mexe. As péniches são barcos onde se pode beber algo e desfrutar da frescura. Guinguettes é outro nome a conhecer. Muitos passeios junto aos rios. Vários espaços efémeros abrem apenas no verão, com concertos gratuitos e um ambiente descontraído. Para os mais desportistas, é hora de se mexer. Pode fazer percursos no Canal St Martin, seguir uma ciclovia, fazer algumas caminhadas. Braderies, ou o que se poderia chamar de vendas de rua ou mercados de pulgas, acontecem durante todo o ano, mas florescem no verão. Imagine enormes vendas de roupas, livros, utensílios, por quarteirões… É o caso da Braderie de St Martin. Muitas viagens pequenas e baratas a cidades próximas, como Dinan, Dinard, St Malo. E a incrível Floresta de Broceliande fica mesmo ao lado. Acho que isso já lhe dá uma ideia de como a vida pode ser interessante em Rennes, onde se pode aprender, abrir-se à diferença e ainda desfrutar do aconchego de uma cidade não tão grande. Portanto, sim, como pode ver, a chuva afinal não é realmente um problema.

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